quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nossa razão de viver ?



"Metade de mim é preguiça, e a outra metade dormiu" me afirma uma amiga, e essa pérola de sabedoria me serve melhor do que qualquer carapuça couture que porventura surgisse em meu caminho.

E qual a grande cura para a preguiça, moleza, dores no corpo e outros males menores ? Tylenol é que não... O nome do remédio mágico que bota qualquer solteira dando pulinhos é "namorado em vista" ! Ah, me perdoem as feministas de plantão, mas nada faz uma mulher correr com tanta pressa para um Salão quanto um homem, e nesse caso, pode ser homem indo ou homem vindo, Cabeleireiro cura a dor da separação e alivia a ansiedade de uma nova "possibilidade". Pinta, corta, alisa, não importa ! É rito de passagem, sabe se lá a razão.

Enfim, mulher que está sozinha, e já começa a ver esporádicos anúncios do tão temido 12 de Junho, Dia de Santo Antônio e Dia dos Namorados, já começa a tremer nas bases e o aumento de inscrições nos sites de namoro é brutal. E as agendas dos Coiffeurs lotam !

Necessidade ? Carência ? Ataque da mídia ?
Será culpa do marketing ? Será que Freud explica ?

O que acontece nas nossas cabeças femininas, cultas e antenadas, de profissionais bem sucedidas, lúcidas e maduras ? O que nos faz acreditar que sem namorado, marido ou noivo somos menos importantes, menos interessantes, menos bonitas ? Será que existe a necessidade da "metade-da-laranja" ou o quê ?

Eu sei, eu sei... ando perguntando muito e respondendo nada ! Mas veja, essa amiga preguiçosa escutou o alarme avisando que  recebeu um push up no celular e ficou esperta como um coelhinho do comercial de pilhas, passou a mão na bolsa e mais que depressa entrou no app do site da namoros mais famoso do Brasil, e lá estava a razão dos pulos, mensagem do bonitinho da vez ! Acabou a preguiça, acabou a moleza, nem Red Bull dá asas como a tal da Esperança dá !
E brilham os olhos, os sorrisos pipocam, os filmes românticos se enchem de significados ocultos, e vamos dar um jeito no cabelo ? Afinal, pode ser que o moço se materialize nesse fim de semana, e ninguém quer ser pega de cabelo feio nessa hora !
E depois do salão, vamos tomar um espresso, conversar e fazer planos, pensar em qual roupa usaremos e onde marcaremos o encontro e até mesmo podemos ensaiar algumas falas... e se nada acontecer nesse fim de semana, ainda restam outros e pelo menos o cabelo ficou bom...

Mas isso é suficiente? Amor é o melhor anti-depressivo que existe e ao mesmo tempo é um enorme motivo para depressão... Amar a si mesma em primeiro lugar só é válido quando tem alguém para chegar em segundo, ou vira trilha de eremita se penitenciando pela vida à fora.

Se o par será perfeito, se será eterno enquanto dure, se será chama que arde e não se sente, se vai rolar, durar, permanecer, ficar... Ninguém sabe. Nem a super cartomante, nem sua mãe. Se somos menos interessantes solteiras que quando estamos casadas ? Não, não somos, pode estar certa disso.

Amor não é remédio, não é status, não é parque de diversões. Amor é uma enorme confusão, é mais Picasso do que Renoir, é mais rascunho do que um texto corrigido. Amor é supervalorizado, subestimado, esquecido, posto de lado, para em seguida ser nossa maior razão de viver. Amor, ou o objeto do amor, melhor dizendo, é tão imperfeito quanto nós, mas que deixa a vida mais divertida, ah, isso deixa... e o cabelo maravi-lho-so !

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